sexta-feira, novembro 12, 2010

Coalescence - Capítulo 19: Lutando Com O Monstro Interior

Ficamos parados um diante do outro na sala vazia, nos encarando e rígidos. Entre nós, no chão, estava a caixa de aparência inocente que continha os calçados hediondos que me foram dados. Eu podia sentir a alegria exultante de Edward passando rápido pelo chão abaixo de mim.

“De jeito nenhum, Alice,” eu disse num sussurro quase inaudível, enquanto os olhos dela iam para o pacote.

“Eles queriam que este fosse um presente de boas vindas para você, e você não pode recusá-lo.”

“Edward não queria que isso fosse um presente de boas vindas. Ele sabia exatamente o que estava fazendo.”

“Esme e Carlisle queriam que fosse um presente.”

“E eu os agradeci. Até coloquei essa coisa horrível para eles, mas não vou usar sapatos peludos toda noite. Eu sou um vampiro.” Eu quase sibilei a última palavra. Nós estávamos tentando manter a voz baixa o suficiente para que Esme e Carlisle não pudessem nos ouvir. Eu não ligava para o que Edward pensava da coisa toda.

Sua boca estava pressionada em uma linha fina enquanto os olhos dela dispararam de mim para os sapatos. Ela finalmente soltou um enorme suspiro e bateu um pé.

“Ok! Se você usá-los, prometo nunca tocar suas botas. Nunca”, disse ela sombriamente.

“Sério?” Isso deve ter sido importante para ela.

Ela olhou para as botas que raramente deixavam os meus pés e murchou. “Prometo”.

Olhei para ela, sem saber se poderia realmente confiar nessa promessa.

“Você disse nunca. Isso significa para sempre. Você realmente quer dizer para sempre?” Sapatos peludos podiam ser um compromisso adequado se isso significasse que a minha eterna vigilância das botas pudesse chegar a um fim. Eu adorava as minhas botas.

Eu podia sentir a diversão de Edward com a coisa toda. Ele estava tocando seu piano fingindo alegremente relaxar, mas eu sabia exatamente o que ele estava fazendo. Ele riu.

Alice mordeu o lábio inferior enquanto olhava para as minhas botas. Finalmente, ela respirou fundo, cruzou os braços e disse: “Tudo bem. Para sempre. Suas botas estarão seguras para sempre. Cruzo meu coração e espero morrer.”

“Essa promessa só funciona se você tem um coração e está realmente viva.”

Ela mostrou sua língua para mim. O comentário “estar viva” era um argumento usual entre nós. “Eu disse que suas botas estão seguras, e estão.”

Fui até a caixa ofensiva e tirei os sapatos. Uma leve sensação parecida com náusea me atingiu enquanto eu passava os dedos sobre os pêlos. Botas seguras valiam isso, lembrei a mim mesmo quando tirei minhas botas e coloquei as coisas. Eu me recusei a admitir para mim mesmo que elas eram bastante confortáveis.

Edward riu.

A necessidade de vingança me inundou.

Olhei para Alice, que estava sorrindo para mim, e senti a antiga maravilha com a sua beleza regressar. Agora que a família não estava nos rodeando, a minha necessidade de sentir tanto o seu corpo quanto sua alma me cobriu.

Então, percebi que eu poderia matar dois coelhos com uma só cajadada.

Ela me sentiu, é claro, e veio para o meu abraço que a esperava, se derretendo contra mim. Fiquei imensamente feliz com o tapete oriental que havíamos trazido para casa.

Esperei pelo momento da minha vingança enquanto lentamente despíamos um ao outro. Eu pude sentir um leve desconforto de Edward e sorri para o potencial futuro disso.

Quando o corpo dela estava totalmente contra o meu, eu emanei um impulso poderoso de puro desejo, tão forte que era inegável. Ela gemeu e me beijou ardentemente. Um barulho de quebra veio do quarto de Rosalie e um alto arfar ecoou do quarto de Carlisle.

Edward gemeu.

Eu fiz de novo, e Alice me derrubou no chão. “O que você está fazendo?” perguntou ela entre beijos sem fôlego.

“Amando você,” respondi. “Preciso de você”.

Minha própria paixão já não era forçada. Edward me chamou de um nome rude.

“Eu preciso de você também, mas o que você está fazendo com Edward e porque ele vai sair correndo e gritando da casa?”

“Estou ensinando para ele uma das maiores verdades do mundo: ‘Experiência e esperteza vai superar juventude e habilidade toda vez’.”

Enquanto me entregava a necessidade crescente, a emanei e deixei crescer em torno de mim. Frustração tão forte que beirava a dor cresceu para me encontrar abaixo. Edward soltou um uivo gorgolejante, e então ouvi a porta bater abaixo e o farfalhar das árvores enquanto ele fugia.

Edward não estava em qualquer lugar por perto no dia seguinte. Eu estava alheia a sua ausência até que senti o corpo de Alice se mover contra o meu quando a última das cores entre nós desapareceu na luz cinzenta do amanhecer. Eu tinha sentido a falta dela mais do que tinha percebido. Dos outros dois quartos, eu podia sentir uma estranha mistura de alegria e constrangimento; e vindo de Emmett, gratidão e admiração.

“Não sei se eu deveria te bater ou pedir para você fazer isso de novo”, suspirou minha companheira.

“Todo mundo parece feliz com isso”, murmurei em seu cabelo. Eu a posicionei em cima de mim, para que pudéssemos nos olhar. “Você tem mais daquele óleo de bebê?”

Ela revirou seus olhos para mim. “O óleo de bebê é para lugares que não nos importamos de arruinar. Este é um tapete muito caro, e eu não vou nos ter estragando ele com óleo.”

Olhei para o tapete de lã com seu padrão intrincado. A coisa havia resistido a nós muito bem. Ele estava um pouco destruído, mas não havia rasgos ou manchas.

“Então, já que estamos colocando boas mobílias neste quarto, óleo de bebê é…”

“Um brinquedo para o lado de fora.”

“Estraga prazeres.”

O chuveiro no quarto de Esme começou a correr, e Alice me deu um beijo no nariz. “Você está pronto para iniciar nosso novo dia com a família?”

“Você realmente quer que eu responda isso?”

Ela me deu um tapa no peito e deslizou de cima de mim. Um segundo depois, o nosso chuveiro também estava correndo. Eu joguei minha cabeça para trás com bufo. Ela provavelmente exigiria que eu tomasse banho também.

“Não… Você e Carlisle estarão escavando a fundação para o quarto de Edward hoje depois que a chuva passar.”

“Então, agora você é uma leitora de mente, também?”

“Apenas conheço você”, ela disse enquanto desligava a água. Um segundo depois, ela pisou propositalmente em cima de mim, toda molhada, e me possibilitou uma espiada maravilhosa.

“Obrigado.”

Ela virou e me deu um olhar travesso antes de vestir suas roupas. Eu desejei por mais algumas horas de escuridão.

Quando nós descemos as escadas a tempo de nos despedir de Rosalie e Emmett, a sala estava em silêncio. Eu queria evitar Emmett a todo custo, mas Alice não podia esperar.

“Ensolarado por volta das quatro”, alertou Alice quando alcançou o último degrau. Estava levemente chuviscando lá fora, mas as nuvens estavam afinando. “Você vai precisar carregar o caminhão com rapidez.”

“Carregar o caminhão com o quê?” Emmett perguntou sem olhar para nós. Ninguém estava olhando para nós.

“Cimento; Carlisle e Jasper vão escavar a fundação hoje.”

“Vamos?” Carlisle virou-se para sua companheira.

“Bem, já que ambos vão estar aqui, pensei que talvez vocês pudessem começar”, disse ela com um pequeno encolher de ombros.

O cômodo caiu em um silêncio desconfortável.

“Todos tiveram uma boa noite?” Alice perguntou um pouco animada demais. Ela fez isso de propósito.

O cômodo se encheu imediatamente de um frágil constrangimento, e de repente, quatro pares de olhos amarelos fixaram em locais estranhos na sala. Emmett lentamente se aproximou e colocou seu braço ao meu redor. Seu rosto se contorceu enquanto tentava inventar algo para dizer. Finalmente, ele apertou meus ombros e soltou um muito sincero “Obrigado”. Então ele acenou e saiu pela porta com o braço em torno de Rosalie.

Esse vampiro gosta de tocar demais. Era esquisito.

Alice riu. Ela era uma elfa essencialmente malvada. “Então, vamos pintar hoje, Esme?” ela perguntou, como se nada tivesse acontecido.

“Ah, sim, é uma ótima idéia”, Esme disse entusiasmada demais.

“A garoa já está diminuindo. Vocês dois devem ser capazes de começar em alguns minutos”, Alice chiou.

“Nós podemos, não podemos?” A voz de Carlisle era leve e zombeteira.

Alice olhou para ele. “Vocês dois precisam se trocar. Ainda vai estar molhado, mas vocês vão ficar bem.”

Lama. Fantástico.

As meninas subiram as escadas para se trocarem e começarem a transformar o antigo cômodo de Edward em nosso novo quarto.

O humor de Carlisle combinava com o meu, enquanto ele tentava não perceber que eu estava no cômodo com ele. Eu estava bem com isso.

Após vários minutos, ele limpou a garganta. “Então, noite passada… Aquilo foi normal?” Sua voz calma quebrou um pouco.

“Foi normal para Alice e eu.” Olhei para uma pintura que Esme tinha feito e tentei ignorar os sentimentos provenientes de Carlisle.

“Foi… hum… não acho que a língua portuguesa tenha palavras para isso.”

“Foi por Edward.”

“Ah, bem, então suponho que vou deixar vocês dois resolverem as coisas. De qualquer forma, um pequeno aviso da próxima vez seria útil.”

“Como você gostaria que eu o avisasse?” Perguntei, tentando evitar que o sorriso no meu rosto soasse em minha voz.

“Não sei, mas preciso de um aviso. Esme quase me matou”, ele riu. “Não que eu realmente não aprecie isso.” Nós dois lançamos olhares de lado um para o outro, antes de voltar a ver a poeira assentar nas paredes.

“Talvez um secreto toque”, eu pensei.

“Qualquer coisa bastará, sério, praticamente qualquer coisa.” Ele virou para mim com um sorriso e entrou no lavabo para pegar o que parecia ser calças de borracha e botas, e depois se dirigiu para um galpão e começou a carregar materiais de construção em um carrinho de mão.

“Vamos construir a adição nós mesmos?”

“Sim… Achamos melhor. Esme elaborou os desenhos… noite passada “, ele disse aquilo enquanto se concentrava intensamente nas estacas de madeira. “Isso vai dar às crianças algo para fazer pelos próximos dias.”

Ele olhou para mim. “Você vai querer usar algumas destas botas de borracha ou galochas. Fica bagunçado quando brincamos na terra.” Eu acenei com a cabeça e rapidamente entrei para pegar as galochas. As coisas eram incrivelmente largas e irritantes, e por um momento pensei em deixá-las para trás. Depois de usar pantufas peludas enquanto assistia Ed Sullivan, no entanto, galochas pareciam inofensivas. Era um negócio estranho ser um vampiro neste clã.

No momento em que voltei, ele já estava medindo as arestas do novo quarto. Ele seria montado atrás da cozinha.

Em poucos minutos, tínhamos o quarto grosseiramente definido, e Carlisle estava chamando sua companheira para ver se os marcadores estavam espaçados corretamente. Então, nós cavamos. Ao início da tarde, Esme declarou o buraco perfeito e pronto para o cimento que Emmett traria. Carlisle e eu não tínhamos falado muito durante o nosso trabalho, mas o silêncio não foi esquisito. Era feito de um sentimento estranho, uma fraternidade forjada na lama, como a que eu já havia sentido com minhas tropas durante o treinamento. Eu tive uma forte sensação de que o velho tinha feito isso de propósito.

Senti Alice atrás de nós enquanto lavávamos as ferramentas. Então a ouvir dar risinhos. “Vocês tem alguma idéia de suas aparências?”

Olhei para Carlisle. Ele era uma confusão de lama escura e areia mais clara, uma bolha em forma de homem com olhos dourados. Coloquei minha mão em meus cabelos e senti estranhas mechas arrepiadas para cima, mantidas no lugar pelar lama espessa que estava endurecida em cada parte de mim.

Alice riu de novo, e um pedaço fresco do material bateu no meu peito. No momento que olhei para cima, ela já estava na casa.

“Fique feliz que fizemos isso sem Emmett”, Carlisle disse quando passou por mim. “Eles quase cavaram toda a base dessa casa durante uma guerra de lama enorme. O único problema foi que eles fizeram no lugar errado. Vamos nos limpar no riacho?” Ele passou por mim e abriu caminho para o pequeno riacho, no qual ele entrou com as galochas. Ele tirou sua camisa arruinada e atirou-a de lado, e eu segui o exemplo. Ambos teríamos necessidade de camisas novas; Alice ficaria encantada.

“Não vai lavar toda a sujeira, mas pelo menos não vamos entupir o esgoto”, Carlisle disse. Eu mergulhei minha cabeça no córrego e esfreguei o mais forte que pude. Quando voltei para cima, os fios de água que escorriam do meu peito estavam quase limpos.

Senti uma súbita onda de emoção de Carlisle e virei-me para vê-lo olhando para as minhas cicatrizes.

“Elas me cobrem,” eu disse simplesmente. “Não tanto nas minhas pernas, mas elas me marcam ao todo”. Voltei a me enxaguar novamente, mesmo que não fosse necessário.

“Alice sabe?” As palavras não eram mais que um sussurro.

Eu olhei nos olhos dele e vi compaixão desmedida lá.

“Somos companheiros há dois anos, ela conhece cada cicatriz.”

“Ela sabe que nem todas elas foram de batalhas?”

Um arrepio de frio percorreu-me. “Como você soube?”

“Eu tenho sido um médico e um vampiro por um longo tempo. Reconheço marcas de tortura quando as vejo. Quem fez isso com você?” ele perguntou, apontando diretamente para o padrão de cicatrizes que corria ao longo do meu corpo. Desta vez eu estava preparado para segurar o ataque de terror que aquelas cicatrizes sempre traziam. Ainda assim, tive que fechar meus olhos e concentrar a minha mente antes de responder.

“Minha criadora. Maria ordenou que fizessem isso em mim, embora eu não soubesse. Eu não era um soldado muito cooperativo no começo.”

“Achei que sim. Se você tivesse sido capturado, eles teriam queimado mais e mordido menos.” Ele olhou mais de perto. “Seus dedos também?”

Acenei com a cabeça, revivendo a dor daqueles dias, enquanto eu era rasgado, mordido, e lentamente colocado junto novamente, só para ter isso feito de novo. Maria havia orquestrado a minha “captura”, e então veio e fingiu me resgatar. Ela cuidou de minha saúde enquanto começou a me amar e me alimentar com as mentiras que me mantiveram preso à ela. Foram três décadas antes que eu a vi ordenar isso ser feito para outro e descobri a verdade. Já nesse tempo, eu pensava nela como uma líder forte.

“Realmente não foi sua escolha, não é?” A voz dele era como veludo.

“Até o momento que ela me salvou, eu estava quase louco de dor, sede e necessidade de vingança. Ela me disse que foi um de seus inimigos que tinha me machucado, então eu os ataquei logo que estava curado. Por volta de quando descobri que ela tinha arranjado aquilo, eu já não me importava mais. Eu escolhi esta vida, Carlisle, mas precisou de algum… convencimento…” Olhei em seus olhos dourados. “Faça o que fizer, não conte à Alice”, eu implorei.

“Eu vou ter certeza de que ninguém nunca saiba, se esse for o seu desejo. Se eu puder te perguntar, ainda a pouco, suas memórias de seu passado quase tomaram você, não é?”

Eu balancei a cabeça.

“Isso aconteceu no Council Rocks também?”

“Sim. Eu passei anos tentando enterrar o meu passado, escondê-lo em um lugar distante e escuro na minha mente. Por algum motivo, essas memórias continuam correndo para fora. Elas são mais fortes aqui, e não posso controlá-las tão bem “.

“Você tem algum controle sobre quando elas surgem?” ele perguntou, parecendo profissional.

“Nem sempre”, eu disse, e olhei para a água limpa correndo. Era tão clara, tão imaculada. Minhas palavras saíram apressadas, tão descontroladas como a água abaixo de mim. “Algo as aciona, como sua pergunta ou um lugar familiar. No Council Rocks era o jeito do lugar. Maria utilizava lugares assim para cumprir a sua forma de justiça.”

“O que acontece quando as memórias te tomam?”

“Quando elas quebram as minhas… defesas, elas são muito mais poderosas do que memórias normais. É como se eu estivesse lá de novo, vivendo de novo.” Mexi meus pés na areia e comecei a caminhar até a praia. Cansei de compartilhar.

“Você deveria contar para Alice,” ele disse abruptamente. “Confie em sua companheira.”

Eu não disse nada enquanto caminhávamos de volta para casa. Alice estava esperando lá fora, com um sorriso em seu rosto perfeito. Carlisle começou a andar em direção à porta.

‘Não se atreva’”, Esme soltou. Carlisle suspirou e tirou as galochas e as pendurou no varal. Eu fiz o mesmo e comecei a seguí-lo para dentro. Alice me olhou de perto, sorrindo um sorrisinho secreto e me puxou para o lado antes eu fosse capaz de entrar na casa.

“Os outros não vai voltar por pelo menos duas horas”, disse ela timidamente.

“Eu estou imundo”, lembrei ela.

“Esme me contou sobre uma pequena cachoeira perto daqui, e eu pensei que você podia se limpar um pouco lá.”

“Eles estarão derramando cimento esta tarde, então qual o ponto?”

“Óleo de bebê é o ponto”, disse ela rolando os olhos. Ela puxou a pequena garrafa de óleo de cheiro suave.

“Suponho que limpeza tem suas vantagens.”

Ela sorriu e desapareceu na floresta. Eu segui como o cão bem treinado que era.

“Não”, ouvi Alice arfar, e virei para vê-la encolher com alguma coisa.

“Opa, isso vai demorar um pouco para limpar”, riu Rosalie atrás de mim. Eu olhei para ver a cabeça de Edward emergir lentamente do cimento derramado enquanto duas árvores foram derrubadas com a retirada apressada de Emmett.

Edward rosnou alto, sacudiu o cimento, e disparou atrás de seu irmão. Parte de mim queria seguir; Edward muito provavelmente pegaria Emmett, e aquela era uma luta que eu queria ver. Uma pequena parte de mim também teria gostado de participar.

“De novo não”, lamentou Esme. “Se eles não pararem com isso, nós nunca vamos fazer isso direito.”

“Na verdade, pode ir mais rápido sem eles,” Carlisle disse que ele alisava o buraco deixado pelo rosto de Edward.

“Imagino como isso vai acabar”, riu Rosalie, perfeitamente em paz com o fato de que seu companheiro provavelmente estava lutando com outro vampiro no momento.

Alice soltou uma risadinha e, em seguida, caiu na gargalhada. “Sabe todas aquelas pinturas antigas de deuses e deusas nuas, segurando folhas para esconder suas partes? É como isso termina.”

“Quando?”

Alice olhou para o sol. “Cerca de quarenta minutos. Eles sairão da floresta logo ali, tentando entrar escondido para dentro de casa.”

“Eu vou pegar as cadeiras do gramado”, disse Rosalie quando ela derramou o tubo final de cimento na fundação. “Isto é melhor do que Ed Sullivan em qualquer dia.”

Ela estava certa sobre isso.

Assim como Alice previu, os meninos vieram galopando através da floresta, em direção da casa. Ouvimos as exclamações leves de Edward a várias centenas de metros de distância.

“Não é nada que não tenhamos visto antes, Edward,” Rosalie chamou. Ela estava claramente se divertindo.

“Cadeiras do gramado?” ele falou de volta em nojo.

“Está querendo um show de strip-tease, mocinha?” Emmett perguntou alegremente.

“Pode apostar”, ronronou Rosalie.

“Não!” gritaram Alice e Esme ao mesmo tempo. Gostaria de saber se modéstia era um humor que eu poderia instilar. Provavelmente não.

Ouvi barulhos afiados vindos da floresta, e logo dois corpos brilhantes e pálidos podiam ser vistos vindo em nossa direção através das árvores. Eles surgiram como Alice disse, segurando ramos de pinheiro sobre as suas partes indecentes. Gargalhada surgiu em torno de mim. Notei que os ouvidos de Edward estavam quase entupidos com concreto. Surpreendentemente, eu não pude ver uma marca de mordida em Emmett.

Emmett se arrastou até nós, sorrindo como um louco. Edward se esquivou atrás dele. Assim que eles chegaram à porta, Emmett virou-se e saudou a todos nós. Então, ele inclinou-se com um floreio. O rosto de Edward fez uma careta de nojo quando o homem enorme deu-lhe uma visão cheia de seu traseiro.

Um alto estalo soou, e o rosto de Emmett se chocou com o solo. Atrás dele, Edward colocou de volta o pé no chão, rodopiou e desapareceu dentro da casa. Emmett seguiu tão rápido que ouvimos a quebra de uma janela do outro lado antes que a porta sequer tivesse começado a fechar.

Meu impasse com Edward continuou até o final do ano letivo. Os “filhos” devidamente sairiam todas as manhãs com um boletim meteorológico de Alice. Toda tarde, eles voltariam para casa com um caminhão cheio de material para trabalhar no quarto de Edward. Carlisle voltou para as suas funções no hospital na noite de quinta-feira, deixando as atividades noturnas para serem vigiadas por Esme. Ele não sairia até que tivesse certeza de que outros estariam aqui e se comportassem. Eu sabia que ele estava ficando para trás para proteger sua companheira. Eu teria feito o mesmo.

Edward criou o hábito de sair de casa antes de todos nós irmos para nossos quartos para a noite.

Durante o dia, eu estava muito ocupado. Enquanto Esme e Alice pintavam e planejavam com catálogos de design, eu trabalharia no quarto ou no quintal como Esme indicava. Ela era uma feitora de escravos quando se tratava de trabalho, mas era agradável o bastante. Minha única preocupação era a minha sede crescente, que não vinha de minha garganta, mas da minha circunstância.

A nossa mobília estava programada para chegar em meados de junho, e o quarto de Edward estava quase terminado pela manhã de sexta-feira, então nós planejamos umas férias com a família para a serra entre o Monte Adams e o Monte Saint Helens depois que a escola liberasse. Iríamos à frente de Carlisle, que precisava terminar as suas funções antes de se juntar à nós. Para a viagem memorável, Emmett comprou três jipes estilo exército da loja em Portland.

Eu não podia imaginar por que precisávamos de jipes, mas ele insistiu com eles. Uma vez que ele os trouxe para casa, ele encheu as traseiras com barracas, várias bolas e uma braçada de bastões. A família inteira estava ansiosa para ir e ser vampiros por um tempo. O seu conceito de ser um vampiro, porém, estava fundamentalmente errado.

Sábado à noite, os três jipes cheios de brinquedos e vampiros, foram pela miscelânea que é a vida selvagem de Cascade. Eu dirigi, tentando esconder o meu desagrado em comer animais novamente, e Alice apreciou o ar livre do jipe.

“Teria sido mais rápido correr,” eu resmunguei, depois de mais outra curva na estrada áspera da montanha.

“É difícil carregar bolas quando você corre”, ela disse.

“A maioria dos vampiros não se preocupa com bolas; você sabe disso, não é?”

“A maioria dos vampiros não pratica esportes e tem uma diversão limpa.”

“Isso é porque a maioria dos vampiros é normal.”

Chegamos ao local certo com uma parada repentina. A estrada havia mudado de cascalho para terra, e depois para duas estreitas trilhas. Finalmente, não havia nada além de arbustos e uma face rochosa acima deles. Nós estávamos na base do Monte Adams. A lua estava apenas aparecendo quando saímos dos jipes, e o terreno montanhoso foi banhado na luz azul das estrelas.

“É lindo”, Alice murmurou enquanto me trouxe nossas mochilas. Ela estava preciosa na luz das estrelas. Sua pele brilhava, e seus cabelos negros emolduravam seu lindo rosto enquanto refletia a luz das estrelas em pequenos brilhos. Eu poderia ter olhado para ela a noite toda, mas Emmett estava com pressa de nos levar para o meio do nada.

“Ele quer alguns ursos antes de Carlisle chegar e dizer à ele para não comer demais”, disse Edward enquanto pegava sua mochila.

“Isso não é um pouco irônico?” Eu perguntei.

“É o favorito dele por isso mesmo”, riu Esme.

“Vocês lerdos já estão prontos?” Emmett gritou. Ele jogou para cada um de nós uma série variada de equipamentos desportivos. Eu recebi um punhado de tacos fortemente presos com extremidades bulbosas.

“Tacos de golfe,” Edward disse com um sorriso.

Fechei os olhos e suprimi a minha vontade de esmagar as coisas. Se alguém da minha vida anterior alguma vez me visse com tacos de golfe, eles teriam me atacado de primeira pelo fator maricas. Alice pegou o enorme saco de bolas de golfe.

“Vamos para a base do acampamento primeiro, e depois podemos caçar e sair para jogar”, ordenou Emmett. Ele colocou um chapéu com rabo de guaxinim e tentou parecer comandante. Esme sorriu enquanto Alice gemeu. Tentei entrar em acordo com o fato de que eu estava seguindo um vampiro vestindo um guaxinim.

Fomos em fila indiana, comigo na traseira, e Edward andando entre Alice e sua família. Eu admirava seu desejo de proteger, mas Emmett deveria ter sido a pessoa na minha frente.

Edward se virou uma cara feia pra mim.

Nada pessoal, ele apenas é maior.

Começamos uma corrida lenta, subindo através de um caminho invisível que Emmett parecia seguir apenas por instinto. Talvez esse fosse o motivo dele assumir a liderança aqui. Enquanto corríamos, Alice começou a acelerar um pouco para frente, seu rosto mostrando a conversa que ela estava tendo com Edward. Eu observei, incerto e atento, enquanto ela corria para frente para passar Esme. Edward ficou ao meu lado.

Eu imediatamente estava alerta e pronto para atacar se fosse necessário.

Ele suspirou. “Eu só quero conversar com você, aparentemente,” ele disse, parecendo irritado.

“Aparentemente”?

“Alice teve uma visão. Porque ela teve uma visão de eu estando aqui, aqui estou. Quão freqüentemente as visões causam a si mesmas?”

“Bastante. Fica um pouco confuso”, confessei.

Ele riu, um som aberto e feliz, e eu deixei a minha defesa cair.

“Obrigado.”

“Disponha”, disse eu, imaginando o que a fez ter uma visão disso. Com certeza tinha que haver um ponto.

“Acho que o ponto é para eu pedir desculpas pelo incidente em Council Rocks. Realmente passei do limite, e sinto muito.”

Aposto que essas palavras tem um gosto amargo.

“Sim, elas tiveram.”

Eu não estava esperando por isso. Suas palavras eram honestas e seu humor era divertido, e ele estava se desculpando comigo. Vampiros não costumam ter o hábito de pedir desculpas.

“A maioria dos vampiros não têm de viver com Esme”, ele riu. “Ou Alice. Ela tem uma mente muito persistente. Eu nunca conheci alguém que pudesse importunar tanto quanto ela.”

Não me atrevi a responder isso. Ele riu novamente.

“Eu não estava realmente com raiva de você”, continuou ele.

“Sim, você estava. Sou muito bom em ler emoções, e aquela era raiva. Na verdade, você estava um pouco além da raiva; você estava pronto para me atacar”

“Eu não estava preparado para você, de forma nenhuma. Vi a guerra e a morte em milhares de mentes. Até já estive na mente de assassinos, mas o que você fez e viu, era além de qualquer coisa que eu jamais havia testemunhado. A violência e a carnificina me chocaram. Tudo o que eu conseguia pensar era que você estava trazendo este mal para minha família. No meio de todas as memórias do que você era, esqueci de ouvir o homem que você é.”

“Você é o único membro da família que tem reagido de forma realista com o que eu sou. Não há necessidade de pedir desculpas por me odiar pelo que eu era, ou por querer proteger a sua família.” Eu queria ficar zangado com o jovem, mas sem a raiva, ele era moderadamente fácil de estar por perto.

“Obrigado”.

Exceto por isso.

“Mas eu não estava com raiva de você”, explicou ele, ignorando o meu último pensamento. “Eu temia você e estava pronto para lutar com você, mas o único de quem eu estava com raiva era eu mesmo.”

Eu não entendi. Olhei para ele. Ele tinha um pequeno sorriso em seu rosto que era um pouco ousado, como se quisesse que eu tentasse adivinhar o seu segredo.

Decidi não jogar e continuei com a marcha.

“Alice está certa, você é melodramático”, disse ele, rolando os olhos. “Fiquei com raiva de mim mesmo porque senti como se você não fosse bom o suficientemente para nós quando você veio aqui pela primeira vez. Seus próprios pensamentos seguiam estas linhas, e assumi que estava certo. Você não deveria ter vindo até nós. Quando comecei a ver o lugar de onde você veio e as coisas que você fez, só confirmou a minha crença de que você não tinha direito à minha família, mas então os sentimentos de suas vítimas vieram para mim, e eles eram a mesma coisa que eu tinha feito. Eu estava com raiva porque não sou melhor que você, e não mereço essa família também.”

Isso é complicado.

Ele deu de ombros: “É verdade. Eu não confio em você, de forma alguma. Acho que você tem o potencial de fazer muito mal à minha família, e sua sede de sangue está meramente controlada. Entretanto, você tem tanto direito à minha família quanto eu, e isso ainda me irrita muito.”

“Então, acho que você é um garoto rico e mimado com poderes perigosos, e você acha que eu sou um barril de pólvora preparado para explodir, mas estamos bem um com o outro, porque ambos somos intrinsecamente malignos e não merecemos o que temos. É isso?”

“Isso resume muito bem”, disse ele com um sorriso irônico. A diversão ambivalente estava lá, mas nenhum traço de raiva.

“Suponho que poderia ser pior”, eu disse com um encolher de ombros. “Suponho que você poderia ser um garoto rico e mimado com poderes perigosos que age como Emmett.”

“Eu ouvi isso!” Emmett gritou.

Nós dois corremos em silêncio, tentando manter a frágil trégua.

A área da base do acampamento era um grande campo na face ocidental do Monte Adams. Era perto do cume, e ainda havia neve aqui nas altitudes mais elevadas. Havia uma cabana feita de ramos resistentes que se aninhava contra o lado da montanha. Emmett jogou suas bolas de futebol no pequeno abrigo, e em seguida virou-se para nós.

“Guardem as coisas que vocês não precisam aqui e depois vamos montar acampamento”, disse ele curtamente. “Nos reunimos aqui às 7:00″.

A quem ele está enganando?

Edward encolheu os ombros.

“Eu disse para Alice de um local especial na base da montanha que vocês poderiam ir, Jasper”, Esme disse com um sorriso feliz. “Rosalie e Emmett geralmente ficam no cume. Edward fica aqui na base do acampamento, e Carlisle e eu estaremos pelas cachoeiras logo a leste daqui.”

“Então, vamos realmente montar tendas?” Eu não podia acreditar que vampiros faziam tais coisas. Tendas eram as coisas mais absurdamente frágeis onde um vampiro poderia viver.

“Nós precisamos parecer normais para todos os humanos que possam nos encontrar aqui”, explicou Rosalie. “Nós realmente não usamos elas. Nós as rasgaríamos em pedaços em poucos minutos. Elas existem apenas para impedir que as pessoas fiquem se perguntando sobre nós.”

“É apenas outro pequeno truque para impedir as pessoas de saberem de nós”, acrescentou Esme.

Comer qualquer humano que apareça teria levado menos trabalho.

O lugar que Esme nos contou era fascinante em sua beleza. Era densamente arborizado com um macio chão coberto de pinhos nas sombras profundas sob as árvores. Um riacho que fluía rapidamente cortava o vale quase pela metade, e seu som ecoava pelas paredes do vale, como um riso profundo.

“É perfeito”, disse Alice, irradiando felicidade. Ela estava muito animada e feliz por estar aqui. É claro que ela gostava de urso.

Ela virou seu rosto angelical para mim, e meu estômago fez a sua vibração familiar enquanto eu a observava. Ela dançou até mim, não parecendo sequer tocar a terra sob seus pés.

“Eu sei o que você fez por mim”, começou ela. “Sei que você ainda odeia isso aqui, e que este não é um bom lugar para os vampiros, e que nenhum vampiro jamais deveria agir como essas pessoas. Sei o que te custa para ficar aqui comigo, e eu te amo ainda mais por isso”. Sua adoração por mim era tão forte que era quase fisicamente quente enquanto pulsava através do ar.

Baixei minha mochila, e seus dedos encontraram meu peito antes que eu ao menos pudesse estar de pé. Ela estava me olhando intensamente.

“Estou sendo sincera, Jasper. Obrigada. Eu não mereço essa felicidade, mas você me ajudou a encontrá-la de qualquer maneira”.

“Você merece muito mais do que eu jamais possa te dar”, murmurei em seu cabelo, inspirando o cheiro dela e deixando ele me tomar.

“Diga-me a verdade, Jasper. Você odeia isso aqui?” ela implorou.

“Não, sinceramente não odeio”. Lutei com as palavras para descrever o que sentia em torno da família. “Ter um leitor de mentes ao redor é extremamente irritante. Rosalie ainda se sente como comida podre, e Emmett vai me deixar louco. Carlisle ainda é um mistério para mim, mas eu gosto sim de Esme”.

“Bem, pelo menos há uma coisa aqui que você gosta”, ela riu e bateu no meu peito. “Agora, me diga a verdade.”

Eu tomei fôlego, enchendo-me com ela. Talvez Carlisle estivesse certo, embora eu odiasse esse pensamento. “É difícil estar em um clã de novo. As memórias do meu passado me vêm em momentos estranhos, e isso é difícil de lidar”.

“É isso que vem incomodando você? Memórias?”

“Aham”, eu disse enquanto meus dedos começaram a descer pelas costas dela. “Eu sei que você viu muito do que fiz com o clã de Maria no final do meu tempo lá, mas houve muito mais que você não viu, tanto que eu nunca quero que você saiba. Essas lembranças vêm para mim quando não espero por elas, e é difícil de lidar através disso. Não quero ficar preso pelo meu passado, mas parece que não consigo fugir dele.”

“Como esse clã é semelhante ao de Maria?”

“Não é. Isso é a coisa frustrante. Nada nesse clã deveria me lembrar de minha vida lá, mas as memórias continuam tomando conta de mim. É quase como se no momento em que eu relaxo aqui, meu passado irrompe para arruinar.”

“O que posso fazer para ajudar?” ela perguntou, soando desesperada.

“Eu não vou partir”, eu disse para confortá-la. Não havia mais nada que ela pudesse fazer para ajudar a me sentir em casa aqui.

“Não estou preocupada com você querer partir”, disse ela. “Nem sequer vejo isso. Só quero que você seja feliz aqui”.

“Alice, a única maneira para eu ser feliz é estar ao seu lado. Este é o meu clã e você é minha companheira, e eu estou feliz com ambos”.

Feliz feliz, ou sua versão de feliz?”

“Como devo responder à isso?”

“Apenas me diga se você está realmente feliz. Você sabe, feliz feliz.”

Eu odiava quando ela fazia isso. “Eu nem sei o que significa feliz feliz.”

Ela revirou os olhos para mim. “Significa que você está realmente, honestamente feliz, não feliz estilo Jasper.”

“O que é exatamente feliz estilo Jasper?”

“Pare de ser tão macho! É aquele feliz que você faz quando você está realmente triste ou zangado ou irritado, mas você age todo feliz. Você não está enganando ninguém, sabe?” Ela acrescentou ela com uma sobrancelha levantada.

“Estou feliz aqui”, eu disse, na esperança de encerrar a confusa discussão. Sua outra sobrancelha subiu e ela suspirou.

“Tudo bem”.

“Alice, mesmo que eu possa manipular um monte de emoções, você precisa entender que eu não as sinto. Eu sou um homem; homens simplesmente não têm emoções como as mulheres. Confie em mim, eu já senti os dois, e sei a diferença. Sou homem, e estou feliz no estilo homem.”

“Feliz estilo de homem?”

“Sim, feliz do jeito de homem. Eu não preciso rir e dar risadinhas com os caras para criar vínculos com eles, porque homens não se ligam assim. Fazemos coisas e competimos e tentamos matar uns aos outros. Nós criamos vínculo com a violência. É divertido. “

“Vocês tem um estranho senso de diversão”, ela riu. “Talvez a gente não deva se preocupar tanto sobre seu passado e concentrar um pouco sobre o nosso futuro”, disse ela com um meio sorriso.

“E o que você vê nesse futuro?”

“Vínculo ativo”, ela deu risadinhas.

“A única com quem quero criar vínculo ativamente é com você”, eu disse quando a beijei.

“Oh, nós seremos muito ativos”, ela ronronou. “Eu posso ver isso com certeza, mas também posso ver que você vai ficar muito ativo com Emmett também.”

Eu gemi. “Eu estava errado. Essa imagem é suficiente para me fazer partir.”

“Por favor, parem de gritar ‘Fora’.”A voz de Carlisle estava tomando um tom doloroso.

“Você deve alertar outros jogadores”, Emmett disse com um sorriso, provocando seu pai.

“Exatamente quem você acha que está alertando?”

Emmett apenas bufou e se voltou para a serra. “Pinho branco morto com o raio”, disse ele, indicando a árvore distante um quilômetro e meio em um cume que era o nosso próximo “buraco”. Emmett mirou, murmurou “Fora”, e depois bateu o taco com tanta força que o cabo dobrou. Os galhos do lado da árvore estalaram e uma pequena nuvem branca apareceu onde a bola desintegrou-se contra ela.

“No buraco em uma tacada!” Emmett cantou.

“Você bateu no galho, e não o tronco, isso é uma penalidade de dois arremessos”, disse Esme ao seu lado. Eles começaram a discutir sobre as regras vagas de golfe vampiro.

Eu fui último, e no tempo que a minha bola bateu na árvore, havia apenas um tronco deformado sobrando. À medida que corremos para a árvore quebrada para encontrar a nossa próxima meta, percebi o quanto que aquele tronco mutilado e com cicatrizes se parecia comigo.

Após quatro dias de caça e brincando com os Cullens, eu estava me sentindo tão massacrado como a árvore que tínhamos destruído. Eu poderia ter me divertido aqui, eu deveria ter me divertido, mas não consegui. Meu passado tinha surgido em mim, e estava corroendo a alegria do presente. Encontrei-me lutando com ele enquanto tentava esconder isso de todos ao meu redor. Não havia liberação do conflito: o sangue era muito brando e minhas lembranças eram fortes demais. Eu estava muito cheio, e totalmente insatisfeito. Precisei de todos os meus anos de disciplina para manter a minha agitação escondida.

Eu também estava frustrado pela interação entre Edward e Alice. Tê-lo na minha cabeça era ruim o suficiente, mas tê-lo na dela era de enlouquecer. Eu não conseguia suportar a idéia de Edward conhecer minha companheira melhor do que eu. A raiva dos nossos primeiros dias passou, e eles estavam começando a usar seus dons em união, como um jogo entre eles. Um jogo do qual eu não fazia parte.

A questão não era os vampiros com quem eu estava, mas simplesmente estar ao redor de um clã novamente. Estava começando a me familiarizar com eles, a ficar à vontade com a presença deles. Eu estava até começando a me importar com os vampiros à minha volta. No entanto, logo que relaxava e baixava minha guarda, algo, algum pequeno cheiro ou movimento, trazia de volta o meu passado. Eu queria relaxar entre eles, me encaixar como Alice fez, mas ao invés disso, encontrei-me tendo que bloquear memória após dolorosa memória enquanto as horas passavam. Eu não podia relaxar e baixar minha guarda.

O frustrante era que eu também estava me divertindo jogando jogos estranhos que nenhum vampiro deveria jogar. Muito para meu espanto, descobri que eu gostava deles. Encontrei-me com inveja de sua liberdade, de suas vidas. Eu queria rir como eles, jogar sem reservas, mas não podia. Finalmente entendi o que Alice viu neste clã, e eu queria ter uma pequena parte do que eles tinham, mas o meu passado, agora libertado, não me deixava.

A cada hora que passava, as diferenças entre os Cullens e eu se tornaram mais evidentes, e minhas chances de sequer encontrar um lugar entre eles se tornavam menores. De alguma forma, caçar animais entre estes vampiros de olhos dourados e amantes de diversão me fez precisar do sangue humano cada vez mais. O monstro dentro de mim estava gritando para a liberação que só o sangue humano poderia me dar. A dor da morte já não parecia um preço alto para o êxtase, o estado de felicidade completa que eu só poderia encontrar no assassinato. Mais uma vez, eu estava me tornando o demônio entre os anjos.

Empurrei meus pensamentos de lado para tentar escondê-los todos à minha volta, embora eu soubesse que Edward pegou alguns deles.

“Poderíamos tentar futebol americano”, sugeriu Emmett depois que o último taco de golfe ficou dobrado e inutilizável. Fiquei imediatamente cauteloso, futebol Americano significava contato físico, e eu não tinha certeza se estava pronto para isso ainda.

“É melhor descobrir isso aqui do que no quintal de Esme,” Edward sussurrou. Ele estava ansioso para o jogo, e sua exuberância foi difícil de ignorar.

“Futebol Americano seria ótimo”, disse Rosalie. “Nós só temos um dia restante, então porque não ter um jogo antes da noite?”

“Vai demorar um pouco para deixar um campo pronto, então é melhor começarmos,” concordou Emmett. Sua exuberância era o dobro da de Edward, mas eu sabia que era porque ele estava louco para ter uma luta comigo. De qualquer forma, eu sabia que ia acabar tocando Emmett mais do que eu queria.

Futebol americano, e tudo o que isso implicava, veio cedo demais.

Nós marchamos até uma clareira pantanosa que só agora estava secando do degelo da primavera. Os Cullens pareciam ter uma coisa pela lama. Eu não estava satisfeito com a situação. Eu sabia que era arriscado, porque Edward e Alice continuaram trocando olhares, e eu não sabia como reagiria a um corpo batendo no meu, ou no dela. Eu já tinha visto o jogo, é claro, e envolvia muito mais contato físico do que eu estava confortável. Alice pode ter brincado sobre vínculo activo, mas eu não estava.

“Você já jogou antes?” Emmett perguntou, tirando-me dos meus pensamentos. Carlisle e Esme enfiaram toras finas de madeira no chão nas duas extremidades da clareira longa para usar como trave.

“Não, mas já vi sendo jogados por humanos.” Eu puxei minha bota da lama com um ruído de sucção alto. “Isso vai ser uma bagunça.”

“Ah, vai ser sim,” disse ele com uma piscadela. Vampiros não deveriam piscar.

“Ficar enlameado é metade da diversão”, disse Rosalie. “Limpar uns aos outros é a segunda metade.” Ela beijou seu companheiro sedutoramente e passeou até ao centro do campo.

“É o jogo que só tem vantagens,” Emmett riu enquanto a assistia ir. “Agora, esta é uma bola de futebol americano, e o objetivo é fazer com que a bola atravesse sua trave”. Ele a entregou para mim, então eu a joguei com facilidade através do campo e pelas duas árvores.

“Você não pode chutá-la ou jogá-la”, Emmett disse, “porque isso faz com que seja fácil demais. Você tem que correr com ela. Começamos no lado da trave do outro time com uma jogada normal do quaterback, e então todo o inferno se solta quando o quarterback lança a bola para os outros que aí tentam levá-la para o outro lado do campo. Ao tentar correr, o outro time vai tentar te jogar no chão. Você tem quatro chances para tentar correr com ela antes de a outra equipe tentar sua vez. Te mostraremos um jogo primeiro,” acrescentou ele, acenando para Alice e eu.

Com isso, o clã tomou posições opostas entre si, e tentou mostrar as jogadas. O futebol americano no estilo Cullen era mais como um combate aberto com o intuito de esmagar a vida de uma bola desamparada.

Após dez minutos de jogo, os cinco montes de terra rindo levantaram-se da lama e fizeram sinal para nos unirmos. Olhei para Alice e vi hesitação em seu rosto pela primeira vez desde que nos juntamos ao clã.

“Já era hora de você conseguir algum senso,” eu sibileii.

Isso é para ser divertido?”

“É o seu clã, me diga você.”

Ela me olhou por um momento, e então começou lentamente a andar na lama. Deixei minhas botas para trás. Eu estava disposto a sacrificar um monte de coisas por Alice, mas agora minhas botas não eram uma delas.

Foi rapidamente decidido que Alice e Edward seriam de times opostos. Fiquei de pé perto de Alice quando Esme atirou a bola para Carlisle, o nosso quarterback. Os sentimentos eram alegres ao meu redor, mas a própria idéia de Alice ser jogada no chão por outro vampiro estava me incomodando. Carlisle pegou a bola enlameada e disparou à esquerda, evitando a corrida de Rosalie para ele. Vi Alice passando como um flash por mim quando a bola voou para ela. Um barulho estrondoso soou sobre o campo quando Emmett se jogou em Carlisle. Alice tentou fugir com a bola pelo campo, mas uma forma enlameada mais rápida começou a interceptar, lancei-me na forma, e peguei-a pelo calcanhar. Edward e eu caímos na lama. Algo pisou em mim quando correu por cima de nós, mas eu não podia dizer quem era. Levantei-me da lama apenas a tempo de ver Alice sendo derrubada por Rosalie logo depois que ela jogou a bola para Esme.

Fiz tudo que eu poderia fazer para manter minha compostura quando vi as duas caírem, mas elas levantaram gritando de tanto rir. Lama me atingiu do lado onde Emmett tinha derrubado Esme. A bola estava debaixo deles, um terço do caminho pelo campo.

“Viu? Nada para se preocupar, meu velho”, riu Edward enquanto se levantou e ficou em posição com seus irmãos. Eles todos estavam se divertindo maravilhosamente, e o entusiasmo deles começou a levantar meu humor.

Na jogada seguinte, Carlisle atirou a bola para mim, e antes que eu pudesse sequer correr, o enorme sorriso de Emmett encheu minha visão. Alice sabia que isso estava chegando, é claro, e agarrou a bola de mim quando caí. Encontrei-me em uma luta com um lutador muito forte, muito inábil, que ria sem parar. Era como tentar lutar com o agitador elétrico da lavadora de Esme.

Ele lutava como um recém-nascido, o que era bem adaptado à sua força, e ainda mais adequado para minhas habilidades. Com uma torção hábil do punho, eu estava em cima dele puxando seu braço para trás. Ele se debatia, mas o meu aperto era firme. Ele então deu um impulso para cima e virou de costas, uma boa jogada se eu não tivesse sido treinado para reconhecê-la. Quando ele mergulhou para trás, eu mergulhei para frente, pousando sobre o peito dele, pronto para lutar. Ele teria sido mais que uma ameaça, se não tivesse quase morrendo de rir.

“Você deveria ter visto seu rosto!” Ele berrou, apontando para mim. Eu comecei a rir.

“Você parecia com o cerdo que comi esta manhã”, Rosalie riu. Eles estavam todos rindo. Não havia medo, nem agressividade, nem orgulho. Simplesmente diversão.

Minha risada me surpreendeu.

Assim como as mãos de Emmett, quando elas bateu nos meus ombros.

“Nós não ferimos a nós mesmos”, disse ele calmamente. “Você e Alice estão perfeitamente seguros de danos, e você precisa superar seus problemas com toque. Você é muito parecido com Edward.” Ele me deu um sorriso cínico antes de voltar para sua posição. Havia uma aparêcia diferente nele, e me tomou um instante para perceber o que tinha mudado nele. Havia uma sabedoria alegre dançando em seus olhos.

Então percebi que ele disse que eu era como Edward.

Até o tempo que Esme chamou o intervalo, nós marcamos duas vezes, e eu havia lutado uma dúzia de vezes com vários membros da outra equipe. Os únicos que não me atacaram diretamente foram Esme e Edward. Até Carlisle tentou uma vez. O velho era muito mais conivente do que eu lhe dava crédito.

Eu estava gostando do jogo, com lama e tudo, mas algo muito frio e escuro estava cutucando a minha mente. Levantei e olhei em volta. Por uma fração de segundo, os pinheiros à nossa volta mudaram de forma e se tornaram as árvores caídas, cobertas de musgo do pântano da Louisiana. O ofego agudo de Edward me trouxe de volta para a clareira na montanha. Ele acenou para mim, e retornei o aceno, na esperança de esconder o que eu sentia. Limpei minha mente e tentei permanecer no presente. Eu não queria reviver aquela batalha. Agora não.

Nós mudamos os lados, e o jogo começou novamente, mas desta vez, a lama pregava mais do que terra grudenta em mim. Desta vez, eu estava em dois lugares ao mesmo tempo.

Eu estava jogando futebol no crepúsculo suave sobre uma clareira na montanha.

Eu estava preso em uma armadilha na lama vil de um pântano na Louisiana, em uma batalha para ter acesso a Nova Orleans.

A bola foi lançada e Carlisle a mandou voando para mim. Eu a peguei e corri pela lama na direção da trave.

Corremos por entre as árvores, enfiados até os joelhos na lama negra do pântano, caçando o último dos clãs de Nova Orleans. Fomos quase destruídos nessa batalha, e estes últimos dariam uma briga dura.

Ouvi Edward chegar ao meu lado e arremessei a bola para Alice. Eu virei de lado na hora certa para evitar o bote dele em mim.

Vi movimento no lodo à minha direita, e gritei um aviso aos meus poucos soldados restantes, mas era tarde demais.

Ouvi Alice rir quando ela se esquivou passando por Emmett. Emmett gritou de frustração e tentou girar na lama, com resultados desastrosos.

Ouvi o som de sucção de corpos saindo da lama e do grito estridente de morte de um dos recém-nascidos. Virei para longe quando um corpo atacou-me de baixo. Havia muitos, e nós estávamos distantes demais um do outro.

Vi Alice correr pela linha do gol, e Rosalie se atirando nela, incapaz de parar-se na lama molhada.

Vi Enrique, meu tenente e amigo de quatro anos, sendo derrubado por dois corpos cobertos de lama. Eu o vi ser despedaçado enquanto lutava pela minha vida. Corpos apareceram ao nosso redor, o ar ficou espesso e cheio de gritos e sons metálicos de pedra.

Vi a forma de Emmett se levantar da lama e vir para mim. Não era Emmett, mas eu sabia que era. Tentei manter minha posição no presente, mas a forma de Emmett era muito familiar, muito ameaçadora. Me entreguei aos meus instintos. Eu estava na lama fedorenta de Louisiana. Ele era meu inimigo. Dois gritos encheram a noite. Preparei-me para arrancar sua cabeça quando fui pego por trás por outro inimigo. Ele estava me segurando em um aperto forte, mas eu era mais forte. Torci seus dedos para trás, disposto a tirá-los dele, quando a voz de Maria soou acima dos gritos de guerra.

“Não, Jasper, não faça isso!”

Eu olhei para cima para ver Maria, mas não era ela. Outro par de braços fortes me segurou.

Mãos seguraram meu rosto enquanto eu lutava contra a lama e meus inimigos. “Não Jasper, você está seguro. Sou eu. Sou eu. Volte para mim, amado”.

Maria virou Alice, e a batalha desapareceu na noite estrelada da montanha.


[Alice]

Jasper voltou a si finalmente, segurado por todos nós. O olhar de terror em seu rosto fez meu coração silencioso apertar de dor. O terror foi substituído pelo horror quando ele percebeu o que tinha feito.

“Flashback de uma batalha”, Edward disse secamente para Carlisle. “Soltem ele,” ele ordenou aos outros.

A família se levantou e se afastou rapidamente, Emmett e Carlisle ficaram de pé na frente de suas companheiras. Me doeu ver suas posturas de guarda.

“Ele não vai machucar vocês,” eu disse, minha voz tremendo.

Jasper levantou-se devagar, parecendo profundamente envergonhado.

“Jasper?” A voz de Carlisle era autoritária. “Você está no controle de si mesmo?”

Jasper olhou para o chão e concordou.

“Nós o pressionamos longe demais. Desculpe-me,” Carlisle disse, gentilmente agora.

“Não são vocês,” cuspiu Jasper. “Sou eu. Sinto muito, sinto tanto.” Ele parecia abatido.

“Jasper, você não fez de propósito”, eu disse, tentando tranquilizar a todos.

“Alice”, Edward sussurrou. Olhei para ele e ele balançou a cabeça. Eu não estava ajudando. Mas o que eu podia fazer? Eu tinha que fazer algo para consertar isso. Edward balançou a cabeça novamente.

“Jasper”, Carlisle começou, “Todos aqui cometeram erros – todos – e vamos todos continuar a cometê-los. Você não fez mal nenhum…”

“Ataquei um membro do meu clã”, Jasper disse, sua voz quase um rosnado. Eu pude sentir sua vergonha vindo dele.

“Atacou?”

Jasper olhou para Carlisle.

“Quem você atacou?” A voz de Carlisle era apenas um sussurro, mais vento do que de som.

“Um inimigo. Foi a lama; lembrou-me de uma batalha que quase perdi perto de Nova Orleans.” A voz de Jasper estava apática, morta.

“Então você não atacou um membro do nosso clã.” Carlisle colocou sua mão no ombro de Jasper. Jasper estremeceu e se afastou, mas Carlisle manteve a mão ali. Esme veio para perto de seu companheiro e sorriu tranquilizadoramente para nós dois.

“Vamos nos limpar. Precisamos levantar acampamento de manhã”, disse Carlisle, olhando para Edward. Edward acenou com a cabeça.

Sem dizer nada, levei Jasper embora. Ele me seguiu mecanicamente. Ninguém disse nada. Ouvi as toras das traves caírem quando puxei Jasper para as árvores e para o nosso riacho.

Nós não dissemos nada quando entramos no vale mágico onde amei meu companheiro durante cinco dias. Jasper só parou quando viu o riacho.

“Deixe-me te limpar,” insisti com ele. Não era assim que eu imaginava nosso banho.

“Jasper?” Ele não disse nada, mas entrou no córrego. Suas botas estavam no campo.

“É tão limpa,” disse ele, olhando para a água. “Ela continua a fluir a partir da terra, sempre tão limpa.”

“Jasper, você está me assustando,” eu sussurrei. Ele me olhou com olhos tristes.

“Desculpe-me, amada. Eu sinto muito.”

“Jasper, apenas me diga o que há de errado. Diga-me do que você precisa.” Queria enviar para ele o meu amor, mas ele estava me assustando tanto que eu não tinha certeza se poderia.

“Quero tanto isso. Quero isso por você. Eu quero isso para nós dois, mas não posso ter. Percebo isso agora. Não é para homens como eu.”

“O quê? O que não é para você?”

“Esta vida – é tão surreal. Por um momento, me sinto muito feliz aqui, como se eu pertencesse, mas então o meu passado volta para levar tudo embora. Homens como eu não merecem isso. Sei disso agora.”

“Pare de dizer isso!” Tentei gritar, mas minha voz falhou e saiu abafada. “Jasper Whitlock, você é um homem bom. Você é o melhor dos homens; você simplesmente não vê isso ainda. Você merece esta vida mais do que ninguém.”

“Não, Alice. Você está errada. Eu tentei, e não consigo. Não posso escapar do meu passado. Ele esteve sempre lá, esperando para me dominar. Ele sempre estará lá. Você não pode ver? Não consigo viver de sangue animal. Eu quero, mas não consigo. Não posso fazer parte de um clã de vampiros bons porque sou maligno demais. Tenho mentido para mim mesmo todo esse tempo. Estou além da redenção, Alice.”

Puxei Jasper para uma rocha e passei meus braços ao redor dele, segurando-o em mim enquanto me ajoelhava diante dele. Minha respiração estava vindo em pedaços.

“Não, Jasper. Não é verdade. Eu conheço você, conheço seus sentimentos e seu futuro, e você pertence aqui. Você é digno de salvação, amado. Você é digno de salvação.”

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