sexta-feira, novembro 26, 2010

Coalescence - Capítulo 24: Alguns Chamariam Isso De Casa

Nota da Autora: É sempre uma sensação estranha pressionar o botão “história completa”. É um tanto triste e animador de um jeito que é difícil de explicar. Eu vou sentir falta dessa história, mas é hora de ela se tornar completa. Para aquelas pessoas maravilhosas que tiraram um tempo e comentaram, MUITO obrigada! Vocês são razão de eu continuar a escrever!

Agosto, 1956

Esperei até que estivéssemos bem dentro do Canadá antes de finalmente trazer o assunto à tona. Eu não queria ser rude, então mencioná-lo no estado do Alasca parecia inapropriado. É claro, eu não tinha certeza onde seria apropriado.

“Eu simplesmente não entendo a escolha deles,” eu finalmente disse. Eleazar foi o único membro do clã Denali cuja decisão fez algum sentido. É claro, ele tinha sido um padre, então a decisão de se abster de humanos era perfeitamente lógica. Sua companheira de voz suave, Carmem, teria seguido a direção de seu companheiro assim como eu seguia a de Alice.

Mas as irmãs eram um mistério. Um bem picante.

Edward deu de ombros e desacelerou, deixando as mulheres correrem na frente de nós enquanto elas animadamente discutiam sobre parar em Chicago para fazer mais compras escolares.

“Elas são solitárias, isso é tudo,” ele disse quietamente. Ele me lançou um olhar em advertência, mas era tarde demais.

“Isso não é tudo,” sibilou Emmett, “e você sabe disso. Você exatamente como elas lidam com isso. Agora desembuche!” Emmett tinha sido o menos sutil sobre sua curiosidade. Na verdade, seus constantes comentários sobre o estilo de vida delas quase tinham deixado Carlisle e Esme ao ponto de cometer um assassinato.

Eu os achei hilário.

Edward olhou de mim para seu irmão. Seu rosto estaria vermelho de vergonha e raiva se ele pudesse corar.

“Elas querem companhia e procuram homens humanos para dar isso à elas,” ele disse novamente. “Pare com isso, Emmett!” ele rosnou para o homem imenso.

“Não me venha com essa,” disse Emmett com um sorriso malévolo. “Se elas quisessem companhia, elas não teriam todas aquelas casas pequenas perto de fontes termais. Elas tem grandes lareiras, e as maiores camas que eu já vi. Eu só preciso dos fatos, porque minha imaginação provavelmente é pior do que a realidade disso. Eu posso continuar com esses pensamentos a noite toda.”

Edward deu um olhar assassino para seu irmão. “Pare com isso antes que eu tente tirar uma parte de seu corpo. Elas realmente são solitárias. O resto disso simplesmente não está para discussão.”

Eu ouvi dos vampiros que eram atraídos por humanos. Com toda sinceridade, essa tinha sido a história de Carlisle e Esme. Eles tinham se apaixonado um pelo outro quando ela ainda era uma jovem adolescente, mas sendo Carlisle, ele tinha fugido ao invés de transformar a garota. Se aquilo tinha ou não provado ser uma boa idéia era algo que eu sempre me perguntava; eu acho que todos nós nos perguntávamos, mas ninguém tocava no assunto. Ninguém queria causar dor à eles.

Rosalie tinha feito o mesmo por Emmett, vendo algo nele que lhe disse que ele era seu companheiro>Pobre homem.

Mas as mulheres Denali não eram nada alem de um mistério.

Elas preferiam amar homens humanos e deixá-los humanos. De inicio, eu pensei que elas os amavam como animais de estimação, coisinhas quentes que elas podiam acariciar e abraçar. Seus relacionamentos com seus homens, no entanto, eram nada além de platônicos.

“Eu não ligo para o porquê,” Emmett olhou furiosamente, relutante a esquecer o assunto. “Eu ligo sobre como. Apenas não é algo natural.”

“Confie em mim, você não quer saber o como,” Edward vociferou. Emmett parecia que ia dizer algo, mas a voz de Carlisle soou um pouco alta demais.

“Ah, aqui estamos nós,” ele disse enquanto saia da floresta contemplando nosso hotel. Era mais um resort do que um hotel, localizado no Puget Sound. Ao invés de quartos, o lugar tinha pequenas cabines que eram distantes o suficiente para nos dar um alguma privacidade. Nós também as usamos porque era um bom lugar para estacionar nossos carros enquanto corríamos para o norte; demorava muito para dirigir até o Alasca. Nós iríamos nos limpar aqui, e então continuar nossa jornada para nossa nova casa em Anne Arbor, Michigan, depois de passar um dia fazendo compras. A escola iria começar em uma semana, e Alice apenas tinha que acertar nossas roupas. Pela discussão das garotas, nós também teríamos que parar em Chicago, mas lá nós iríamos ficar na casa de Edward.

Carlisle lançou um olhar severo para Emmett, que parou de conversar. No entanto, nós sabíamos que essa discussão ia ser trazida à tona logo.

Assim que Carlisle e Esme foram para a cabine deles, Emmett colocou a cabeça para fora da deles. Ele olhou para Edward, que ainda o estava encarando, e sibilou, “Isto não acabou. De jeito nenhum.”

Os ombros de Edward caíram um pouco, e ele bateu a porta um pouco forte demais. Emmett então olhou para Alice e eu e sorriu. “Nós vamos convencê-lo, confie em mim,” ele disse com outro enorme sorriso. Eu assenti, mas decidi não tocar no assunto.

Alice explodiu em risadas.

“Muito ruim?” perguntei, puxando-a pela porta de nossa cabine.

“Vai ser,” ela riu.

“Eu vou estar lá?”

“Ah, eu espero que sim. Vai ser muito melhor se você estiver.” Ela se esticou e colocou os braços ao redor de meu pescoço, pressionando seu corpo contra o meu do jeito mais prazeroso. “Você é um homem sujo,” ela ronronou enquanto beijava meus lábios.

“Sim, senhora, eu sou. Eu posso estar precisando da sua ajuda especializada essa noite,” Minhas mãos desceram pelas suas costas e despedaçaram suas calças. Eu sabia que ela ia jogá-la fora de qualquer jeito.

Em um instante, minha própria camisa estava no chão, e seus dedos estavam traçando linhas quentes em minhas cicatrizes frias. Dentro de momentos, nós estávamos despedaçando nossas roupas e entrando em um banho quente. Eu deixei meus beijos traçarem seu pescoço junto com a água aquecida.

E então a memória das casas pequenas perto das fontes termais do clã Denali, que cheiravam severamente de homens humanos, surgiu.

“Qual o problema? Por que você tremeu?” Alice perguntou.

“Não é nada, amada,” eu a assegurei, enquanto amaldiçoava Emmett para o inferno que ele merecia.

Eu empurrei todos os pensamentos de mulheres estranhas, e suas estranhas casas, bem para o fundo de minha mente. Alice olhou para mim curiosa, e comecei a usar seu sabonete relaxar. Sua pele, debaixo da camada escorregadia de sabão, tinha a sensação mais deliciosa.

Depois de usar a barra inteira de sabonete no corpo de minha esposa, nós saímos do banho e fomos para posições mais tradicionais. Nós não tínhamos ficado sozinhos por semanas, e ter ela para mim era quase mágico. Eu coloquei sua forma pequena na cama, e me lembrei das camas gigantes que as irmãs usavam. Elas eram do tamanho inteiro da cabine que nós agora estávamos. Vampiras solteiras geralmente não precisavam de camas daquele tamanho. Elas nem mesmo precisavam de camas.

Eu congelei, tentando tirar a memória, e todas as imagens imaginárias que vieram com ela, de minha cabeça. Eu, de alguma forma, ia fazer Emmett sofrer por isso.

“Jasper.” Alice olhou para mim com um olhar de compreensão.

“Eu estou tentando, amor, realmente estou, mas aquelas mulheres e suas casas e nosso irmão excessivamente sexual bagunçaram minha cabeça.”

Ela apenas riu e saiu de debaixo de mim. “Achei que era isso mesmo.” Ela pulou até nossa mala e puxou um longo tubo de bambu.

“Você tem alguma idéia do quanto eu te amo?” eu perguntei, já focado em seu corpo perfeito e no pergaminho que ela estava desenrolando.

“Ah, sim eu sei, mas acho que você precisar provar para mim,” ela disse enquanto levantava as sobrancelhas.

“Cinqüenta e dois, ou devemos tentar sessenta e sete?” Ela trouxe o pergaminho para mim.

“Se nós nos curvarmos direitinho, podemos combiná-los. Apesar de que vamos precisar do espaço no chão. Eu pretendo te provar o quanto te adoro, minha esposa.” Eu ainda amava essa palavra. Mesmo depois de cinco anos, ela nunca perdeu seu encanto para mim.

Ela facilmente tirou as cadeiras e mesa de café do caminho enquanto eu puxava os cobertores para o chão. Lá fora, eu acho que ouvi os pés de Edward correndo.

Eu os ignorei. Na verdade, nesse instante, eu tentei fingir que toda a maldita família não mais existia, e que eu nunca tinha conhecido aquelas irmãs russas.

* * *

Foi no meio da agitada área de compras do centro de Chicago que Emmett decidiu trazer o assunto à tona novamente. Ele o fez sem constrangimento. Na verdade, a única dica que eu tive de que ele ia falar de sexualidade vampiresca em público foi pela cara de horror de Edward.

Nós todos ficamos debaixo de nossos guarda-chuvas esperando por nossas companheiras, parecendo como qualquer outro homem desanimado que iria preferir sentar na constante garoa ao invés encarar a tortura de outra loja de roupas.

“Por que humanos?” Foi tudo o que ele disse, e nós três ficamos tensos.

“Este dificilmente é o lugar,” sibilou Carlisle.

“É por isso que eu o escolhi,” disse Emmett. “Você pode me responder honestamente, e isso fica em voz baixa, ou você pode continuar se esquivando das perguntas, e isso vai ficar realmente barulhento.” Emmett estava muito orgulhoso de si mesmo. Eu também fiquei bem impressionado. Olhei pra Carlisle, que olhava furioso para Emmett. Eu nunca o tinha visto bravo com ninguém. Ele não conseguia parecer totalmente bravo, e Emmett só sorriu mais largamente.

Edward estava esfregando as têmporas. “Eu não preciso dessas imagens agora, obrigado,” ele sibilou para os dois.

“Emmett, a maioria do que você está pensando não é possível.”

“Então, Carlisle pode me corrigir.” O grande vampiro deu de ombros, nem um pouco envergonhado.

“Eu honestamente não sei como elas completam a tarefa,” Carlisle disse, olhando nervosamente ao redor. “Eu sei que elas fazem, mas não consigo entender, pela minha vida, como isso acontece.”

“Espera ai, você não sabe? Como você pode não saber? Você tem sido um médico por mais de dois séculos.” Emmett falou muito alto, e todos nós nos encolhemos enquanto vários humanos olhavam para nós.

Em uníssono, nós voltamos nossa atenção para Edward.

“Não.”

“Como eu disse, irmãozinho, eu não vou desistir,” Emmett disse sarcasticamente. “Esperei quinze anos pela resposta dessa pergunta, e me recuso a esperar mais. Então diz logo.”

“Ele está falando sério,” eu disse.

“Ah, eu sei que ele está,” vociferou Edward. Ele passou a mão pelo cabelo.

“Ele não vai parar dessa vez, vai?” perguntou Carlisle, um tom cheio de resignação em sua voz.

“Não,” nós dois respondemos ao mesmo tempo. Emmett sorriu para nós. Ele era muito bom nisso.

Carlisle levantou e caminhou rapidamente para um beco. Uma vez no corredor, ele puxou uma escada de incêndio e desapareceu sob a beirada de um telhado.

“Para onde ele está indo?” perguntou Emmett.

“Para onde eles não vão nos ver quando nós te despedaçarmos,” rosnou Edward, e então ele imitou a escalada de seu pai.

“Ele não esta falando sério, está?” Emmett olhou para mim indeciso, e eu ri.

“Acho que ele quer privacidade,” eu disse. Carlisle estava tão curioso quanto Emmett e eu.

Nós encontramos os dois debaixo de uma varanda de um restaurante da cobertura. Era muito cedo para ter clientes, e havia cadeiras bem confortáveis sob o abrigo.

Nos sentamos, e o espaço entre nós se encheu de um silêncio estranho. Finalmente, Carlisle deu um pigarro. Edward parecia como se ele estivesse pronto para fugir.

“Como vocês devem saber, as mulheres do clã são de muita idade. Elas são de um mundo no qual mulheres freqüentemente eram vergonhosamente usadas, e as mulheres bonitas mais do que as outras. Elas eram parte de uma cultura que permitia que homens poderosos tirassem vantagem delas, e isso é o que acontecia. Por causa disso, elas nunca conheceram o amor, e agora elas anseiam por isso.”

“Sei disso,” disse Emmett. “Eu sei o motivo, e estou bem com isso. Mas nós somos feitos de pedra fria, e humanos são, bem, quentes, macios e suculentos. Como pode um homem humano, mesmo no auge da paixão, não perceber que algumas coisas estão erradas?”

Edward fez um barulho de vomitar, mas continuou a olhar para o espaço.

“Acredito que o álcool tem muito coisa a ver com isso,” disse Carlisle.

“Eu não ligo para o quão bêbado um humano está, eles ainda vão perceber algumas coisas. Além disso, elas vivem no Alasca. Nossos corpos estão na temperatura do ar. Como eles não congelam, hum, as partes dos caras?”

Edward tossiu.

“A temperatura é sempre um problema, mas se você se lembra, elas vivem em áreas de atividade vulcânica. As fontes termais em suas casas ajudam com isso, eu acho,” Carlisle disse, focando no mesmo ponto cinza que Edward olhava.

“Isso faz sentido,” eu disse, impressionado pela escolha delas da localização. Havia grande quantidade de animais grandes perto de suas casas, e as fontes termais nas casas pequenas eram muito agradáveis.

Todos nós, menos Edward, tínhamos usado elas. Nossos corpos tinham aquecido dentro de uma hora. Levar um homem bêbado para uma água bem quente não iria apenas ajudar com sua libido, mas iria esconder nossa temperatura ambiente. Conveniente.

“Ah, certo,” Emmett murmurou, assentindo. “Isso ajuda, porque, você sabe que quando a temperatura exterior é muito fria, eles podem acidentalmente congelar algumas coisas e partir o pobre cara no meio.”

Edward riu nervosamente. Emmett levantou uma sobrancelha para ele e se inclinou. “Se importa de compartilhar, maninho?”

A boca de Edward se contorceu. “Isso realmente aconteceu. Sibéria é um lugar muito frio.”

Emmett apenas o encarou. “Sério? Ah, cara! O pobre rapaz.”

“Sim, suponho que seria similar a um humano colocando sua língua em um mastro congelado,” assentiu Carlisle.

Eu fiz uma careta. Essa não era uma imagem mental que eu queria ter.

“É muito pior do que vocês sabem,” disse Edward para nós.

“Quantas… vezes?” perguntou Emmett em horror. “Quero dizer, eu tive uma pequena experiência antes de eu ser transformado, e toda aquela área é um… assunto delicado.”

Carlisle riu, e eu ri abertamente para ele. Para Emmett, esta discussão era pessoal.

“Levou quase duzentos anos para elas pararem de matar os homens,” Edward concedeu.

“Você diz, parar de comê-los, ou…” Emmett nunca terminou. As opções passaram pela minha cabeça contra minha vontade.

“Ou.” Edward disse secamente.

Emmett olhou para Edward e engoliu.

“Como eles morreram?” A voz de Emmett tremeu.

“Perda de sangue,” Edward e Carlisle responderam juntos. Emmett e eu instintivamente fechamos nossas pernas num movimento universal de empatia com todos os homens.

“Certamente, lesões de esmagamento resultariam em uma grande hemorragia,” disse Carlisle em sua voz clínica.

“Que jeito terrível para morrer,” lamentou Emmett.

“Eu posso pensar em um muito pior,” eu disse, lutando contra as imagens que inundaram minha cabeça.

“Elas não desperdiçaram o sangue,” disse Edward, como se isso fosse melhorar a situação. Uma série de novas imagens vieram para mim. Não me admira que Edward não quisesse falar sobre isso.

“Os pobres coitados,” sussurrou Emmett com um tremor. “Mas como eles sequer ficam… juntos? Quero dizer, pedra não se abre para carne macia facilmente.” Eu juro que se Emmett pudesse ele teria corado. Eu teria também, verdade seja dita.

Edward não disse nada, mas Carlisle pigarreou. “Talvez com muita… experiência – de praticar a arte, por assim dizer, a pedra possa… se tornar mais… maleável.” O vampiro estava quase gaguejando. “Além disso, existem outros orifícios que podem ser usados.” As palavras finais foram ditas tão depressa que eu quase não as entendi.

“Isso é prática pra dedéu,” afirmou Emmett.

“Elas vem fazendo isso por centenas de anos,” Edward o lembrou. “Centenas.”

“Antes de elas dominarem a arte,” eu disse cuidadosamente, “devem ter acontecidos vítimas em massa.”

“Massacre.” Edward disse com um tremor.

“Espere,” Emmett começou, seus olhos se arregalando. “Espere. Outros ori-? Mas nós temos dentes! E sucção! Eu posso sugar até secar um alce em menos de um minuto! O que aconteceria quando -?”

“Não!” Edward engasgou. Ele estava esfregando seus olhos como se ele estivesse tentando apagar alguma memória. Então ele apertou a ponte de seu nariz e os fechou com força. “Pelo amor de tudo que é sagrado, apenas pare!”

Emmett fechou as pernas de novo, e eu me encontrei fazendo o mesmo.

“Isso poderia concebivelmente estripar o pobre -”

“Carlisle!” Edward rosnou. Ele certamente parecia doente.

“Sinto muito, Edward, apenas pensando em voz alta.”

“Eu sei!”

“Não me admira que você queira guardar tudo isso para si mesmo,” Emmett disse. Ele quase gemeu as palavras. “Isso é pior do que eu jamais pensei que poderia ser.”

Edward acenou com a cabeça e voltou a olhar para o cinza monótono do céu. Por mais que eu tentasse, eu não conseguia parar minha própria mente de desenhar algumas conclusões muito impróprias.

Eu precisava de Alice.

“Encontrar as garotas seria uma idéia brilhante” Edward disse grossamente.

“Sim, sim, seria”, disse Emmett enquanto ele levantava. “Eu realmente preciso da minha companheira de pedra muito resistente no momento. Nenhuma dessas coisas macias e quentes para mim. Eu preciso de algo com alguma resistência pro negócio.”

* * *

Os braços dela me seguravam enquanto o quarto ficava mais claro. As cores mudavam e sombras se formavam, mas ela não se mexeu. Ela tem estado ansiosa sobre este dia por muito tempo, tanto de uma forma boa quanto ruim. Agora que ele estava aqui, ela oscilava loucamente entre as emoções. Ou talvez fosse eu.

Segurei firme minhas emoções e tentei confortar minha companheira.

“Você vai ficar bem lá”, eu sussurrei em seu ombro. Eu a beijei enquanto falava.

“Eu não quero ir,” ela choramingou.

Eu tive que rir. Eu podia vagamente me lembrar de proferir as mesmas palavras quando eu era um garoto. Era uma estranha lembrança para se guardar.

“Alice, ninguém quer ir,” eu disse. “Nenhum dos outros quer, e posso garantir que as crianças humanas se sentem da mesma maneira.” Alice enterrou o rosto em meu peito. “Vai ficar tudo bem, amada,” Eu disse suavemente. “Eu queria que eu pudesse ir com você.” Meu peito apertou dolorosamente enquanto eu segurava as emoções puras que sentia. Eu não podia imaginar deixá-la ir, mas não havia nenhuma maneira de que eu pudesse acompanhá-la. Alice e Edward foram capazes de me pegar na maioria das vezes, mas para minha vergonha, eu tinha matado oito vezes nos últimos seis anos.

Agora eu ficaria sozinho com Esme em dias de escola porque a minha própria fraqueza me impedia de me unir à Alice.

Eu não podia nem mesmo ficar do lado de fora da escola, ainda não. Os erros que cometi foram totalmente espontâneos e não parecia haver nenhuma circunstância atenuante além de uma; momentos de intensa emoção me faziam mais favorável para atacar. Eu não podia dizer quando uma corrente de ar ou a batida de um só coração iria trazer o monstro para a superfície, e isso me fazia muito perigoso.

Hoje, a minha fraqueza me custaria minha companheira. Enterrei meus sentimentos dentro de mim e mandei para ela a paz que eu não conseguia sentir.

“Você deveria ir se arrumar,” eu disse suavemente. “Não há razão para desperdiçar uma boa roupa”.

“Mentiroso”.

“Bem, sim, mas eu sou muito bom nisso”, eu disse, forçando uma risada.

Ela ergueu seu corpo pequeno do meu, e imediatamente lamentei cada deslize, cada momento de fraqueza, que já tive. Ela fez uma pausa, deixando seu frente balançar tentadoramente contra mim. Então, ela se levantou.

“Isso não é justo”, eu gemi.

“Só uma pequena promessa do que virá hoje à noite,” ela disse com um sorriso maligno. Esse ia ser um dia longo.

Fui até meu armário enquanto ela tomava banho, e tirei a pequena caixa de madeira que eu tinha entalhado para ela. No interior, encontrando-se perfeitamente no centro, estava o pequeno anel que substituiria a aliança de casamento que atualmente cercava seu dedo. Era um pequeno anel de ouro que continha na sua liga os fragmentos finais das alianças de meus avós. Eu tinha feito ele para Alice antes da nossa mudança para Ann Arbor.

Aqui, ela era irmã mais nova de Emmett, e eu era Jasper Hale. Alice e Edward se tornariam novatos hoje, Emmett seria um estudante do terceiro ano, e Rosalie seria uma estudante universitária. Ninguém estava feliz esta manhã, e o clima permeava as paredes e o ar da casa.

Eu senti Alice caminhar atrás de mim. Ela colocou os braços ao meu redor, o calor da água deixando-a um pouco aquecida para mim.

“Eu estive temendo esta parte”, ela sussurrou. Eu me virei e olhei para seu lindo corpo nu, preso por um momento na maravilha dela. Eu me agarrei a esse sentimento enquanto tirava o anel da caixa e pegava sua mão. Eu beijei a aliança de casamento.

“Eu também, amada,” eu disse. Uma onda de tristeza me dominou, mas lutei contra isso enquanto lentamente retirava a aliança de casamento e a substituía com o pequeno anel de compromisso. Eu me odiava por precisar mandá-la para longe de mim com nada mais do que uma pequena aliança de ouro em seu dedo. Eu deveria ter sido forte o suficiente para ficar ao lado dela, com meus dedos entrelaçados nos dela para mostrar que ela era minha.

Ela sorriu para mim, tristeza em seus olhos. “É realmente lindo, Jazzy”, disse ela.

“Isso não é suficiente,” choraminguei para ela enquanto eu a segurava perto de mim.

“É tudo que eu preciso”, disse ela, e ela se virou e começou a se vestir para o dia.

Fiquei lá parado, e tentei não me afogar em minha própria piedade. Era apenas o ensino médio. Ela estaria lá com Edward e Emmett. Isso ficaria perfeitamente bem.

Eu odiava a minha vida.

* * *

Eu estava certo. Ninguém estava particularmente feliz com o dia. Eu era um desastre total, mas ao meu lado, Rosalie era a mais preocupada, e Emmett era o mais miserável. Desta vez, ir à escola significava tempo longe um do outro. Após 26 anos desta vida, Rosalie iria para a faculdade pela primeira vez para ganhar um diploma de medicina. Apesar das garantias de Alice, essa era uma manobra arriscada, até mesmo para ela, mas que beneficiaria tanto ela quanto Carlisle. Edward tinha conseguido seu primeiro diploma de medicina em 1948.

O humor de Emmett azedou enquanto Rosalie se virava e ia embora em seu novo Pontiac. Ele estava absolutamente mal-humorado enquanto Carlisle levava as “crianças” para a escola. Eu tentei levantar o ânimo das pessoas no carro, mas falhei miseravelmente. No momento em que chegamos na cidade, nós éramos um carro lotado de assassinos azedos.

A parede de emoção me atingiu quando Carlisle virou na rua em que a escola ficava. Embora o edifício ainda estivesse distante, as emoções projetando a partir do lugar me atingiram com a força de uma explosão.

Edward e eu gememos ao mesmo tempo. “Isso é muito pior”, ele rosnou. “Ouvir os seus pensamentos deles é ruim o suficiente, mas sentir tudo isso é repugnante. Graças a Deus você não estará conosco.”

Ele estava certo, eu estava prestes a vomitar. O ambiente emocional estava me sufocando.

“Eles sempre sentem tanto?” eu perguntei. Respirei fundo e segurei. Com tanta emoção, não seria preciso muito para eu cometer outro erro.

“É assim todos os dias”, disse Edward sem rodeios. Ele também estava sofrendo com a avalanche emocional. “Porém, eu só tenho que ouvir. Eu não consigo imaginar sentir isso todos os dias.” Seus olhos estavam fechados, ele os esfregou e depois passou a mão pelo rosto algumas vezes. Eu fiz o mesmo, e tentei bloquear a crescente angústia enquanto chegávamos mais perto da escola. No momento em que Carlisle estacionou, nós dois tínhamos nossas cabeças em nossas mãos, e Alice estava esfregando minhas costas.

Ensino médio, se eu um dia chegasse lá, seria o meu inferno pessoal.

Um grupo de garotas passou por nós, e eu estremeci. “Como elas podem sentir tudo isso ao mesmo tempo? Eles são menos humanas do que eu.” Eu sibilei.

Carlisle lançou um olhar preocupado ao redor do carro. Emmett sentava ao lado dele parecendo homicida, Edward e eu nos sentamos na parte de trás sofrendo em agonia emocional, e Alice sentava ao meu lado tentando aliviar minha dor, mas decididamente pálida.

“Talvez nós devêssemos esperar alguns dias”, ele arriscou.

“Não, vamos acabar com isso logo,” resmungou Emmett, ele pegou seus materiais e saiu do carro. Ele caminhou até a entrada do prédio e olhou para nós com expectativa. Os humanos tinham instintivamente feito uma larga passagem para ele e estavam agora olhando para nós como se fossemos de outro planeta.

“Vai ficar tudo bem”, disse Alice com uma voz um pouco tensa. Parecia mais uma pergunta do que uma afirmação.

“Apenas vá e volte rapidamente para mim”, eu implorei para ela. Edward já estava fora do carro e caminhando para o prédio. Um novo conjunto de emoções me atingiu como uma parede. Luxúria e desejo fluíam das mulheres ao redor do campus.

De repente, o pequeno anel de compromisso no dedo de Alice não era suficiente. Quando ela saiu do carro, a luxúria redobrou, agora vindo do sexo masculino, assim como a corrente constante de inveja. Essa emoção queimava das mulheres ao redor dela. Eu rugi de raiva, e as mãos de Carlisle estavam em volta do meu braço.

“Jasper!” Sua voz me atingiu através de minha névoa de raiva e frustração. Eu senti o carro me tirar da tempestade de emoção que era a escola. Olhei novamente para o prédio e vi meu rosto refletido na janela traseira me olhando com despedaçada tristeza.

Seria um longo tempo antes que eu pudesse suportar este mais normal dos acontecimentos humanos.

Dezembro de 1957

Olhei pela janela. Eu sempre acabava olhando pela janela esta hora do dia. Esme estava ocupada folheando seu último exemplar da revista de arquitetura, mas eu podia sentir sua preocupação começando a crescer. Era a mesma coisa todos os dias, e tão ruim quanto era para mim, eu sabia que era pior para Edward e Emmett. Eles tinham mais três anos para continuar de secundária, e já estavam quase morrendo de tédio. Ou isso eles queriam.

Os únicos dois que ainda estavam desfrutando o seu tempo aqui eram Alice e Rosalie. No entanto, ambas estavam temendo a nossa próxima mudança em quatro anos, e sua próxima entrada na escola. Estaríamos indo para West Virginia, e seria a vez de Edward para cursar a faculdade e receber seu próximo diploma.

Eu seria deixado em casa. Não havia tempo no futuro no qual Alice poderia prever quando eu seria capaz de me juntar com minha esposa na escola. Mesmo então, eu tentaria as classes menores de um colégio em primeiro lugar. Eu ainda não poderia tolerar as emoções que escorriam como esgoto no ensino médio.

Carlisle veio para ficar atrás de mim. “Eles vão estar em casa logo, meu filho”, disse ele. Eu ouvi a dobra de papel debaixo do braço quando ele se moveu. Eu me virei, e olhei para ele com curiosidade. Se ele trouxe um jornal, havia uma razão para isso.

“Precisamos discutir a questão com o Sudeste Asiático hoje”, disse ele.

“Alice diz que ainda pode ir de um jeito ou outro”, eu o lembrei.

“Eu sei, mas minha experiência com as guerras humanas é que elas nunca melhoram até que atingiram o pior cenário.”

Eu assenti. Meus estudos em história, liderados por Carlisle, havia apontado para essa conclusão também. O uso da bomba atômica, e o impasse nuclear atual, eram a prova disso.

“Eu acredito que eles vão começar a mandar soldados”, Carlisle disse.

“Isso seria uma coisa ruim”, disse eu, finalmente compreendendo a sua preocupação. De todos os perigos de viver de como um ser humano, ser convocado era o mais problemático.

“Durante a Segunda Guerra Mundial, Edward estava legalmente nos seus quarenta anos, e Emmett estava morto. Agora, porém, tenho três filhos dentro da idade legal.”

“Estou um pouco velho demais, de acordo com meus papéis, e poderíamos sempre ‘matar’ Edward e Emmett”, eu sugeri.

“Eu preciso morrer primeiro”, disse Carlisle. “Esme e eu estamos legalmente nos nossos 50 anos. Além disso, Emmett tem estado trabalhando nisso há meses. Eu odiaria desapontá-lo.”

Eu sorri, pensando no plano elaborado e na enorme bomba que Emmett e eu tínhamos projetado. Nós a tínhamos criado como uma possível arma, mas decidimos que isso só iria causar uma boa distração se a família fosse atacada. Quando estivéssemos prontos para sair daqui, planejamos usá-la para encenar um acidente incendiário de carro no qual Carlisle e Esme iriam morrer. Nós, os filhos, seríamos então enviados para West Virgínia, para morar com parentes. Tínhamos até o testamento pronto.

“Rosalie também vai ficar brava se ela não chegar a desmaiar, como ela está planejando”, disse eu.

“Ela gosta de fazer as coisas de forma exagerada”, assentiu Carlisle. Rosalie estaria indo trabalhar no hospital. Ela tinha toda a cena planejada, e tinha até praticado, caso precisássemos ir embora mais cedo do que planejamos. Nenhum de nós ousou dizer-lhe como ela era melodramática.

Esme sorriu atrás de nós. Ela estava bastante animada sobre todo o evento. As mortes eram raras, mas necessárias para que ninguém, especialmente o governo, ficassem sabendo de algo.

“De qualquer forma”, disse Carlisle, puxando o jornal e me mostrando a manchete sobre mais tropas sendo enviadas como sinal de paz para o pequeno e inconseqüente país do Vietnã, “Precisamos discutir uma possível mudança para o Canadá. Se eu pegar um trabalho lá, será muito mais fácil criar novas vidas e evitar uma possível convocação se necessário. “

“Isso poderia ser divertido”, ponderou Esme. “Eu nunca vivi em outro país antes.”

“Viver no Canadá só iria nos proteger por algum tempo”, eu disse. Essa situação já era um problema, pelos muitos seres humanos.

“Se o conflito se tornar muito grande, nós podemos ir em umas férias de família”, disse Esme. “Alice e Jasper não viram Ilha Esme, e eu adoraria passear novamente pelos trópicos”.

“Nós podemos fazer todos os planos hoje à noite. Eu só quero ter certeza que temos tudo pronto no caso de necessitarmos deixar os Estados Unidos devido a problemas legais”, disse Carlisle, pensativo. “Minha esperança é que nunca chegue a isso.”

Eu olhei para ele, e compreendi. Tínhamos uma dezena de planos. Caso haja um acidente, poderíamos facilmente nos mudar em um dia. Se outro clã aparecesse, cada um de nós sabia quais eram os nossos papéis e como nos proteger. Se surgir uma questão jurídica, nós tínhamos documentos prontos para começar uma nova vida em diversos locais. Se fôssemos ameaçados, tínhamos um plano de batalha. Ser um Cullen significava estar preparado para tudo.

Carlisle olhou para mim e acenou para a porta. Saímos no dia frio. A cobertura de nuvens estava se diluindo, e tiras de azul podiam ser vistas entre o cinza. Alice novamente previu o tempo perfeitamente.

Ficamos parados, olhando para o céu que era tão infinito quanto nossas vidas. Atrás do amplo azul, nós poderíamos ver a fraca luz das estrelas que se escondiam para os seres humanos.

“Alice viu algo?” Carlisle perguntou, sem tirar os olhos do céu de dezembro. A neve estava atrasada este ano, e o estalar dos secos galhos de árvores soavam ao nosso redor como tiros distantes.

Por um momento, eu estava novamente transportado para outro tempo, quando eu e um outro tinhamos olhado para a distância. Então, nós ouvimos tiros.

As colinas do sul do Texas apareciam em torno de nós. Eu podia vê-las apenas vagamente em minha memória humana, e eu não conseguia distinguir o rosto do homem ao meu lado. Eu sabia, embora não podia me lembrar claramente, que estava em um cavalo, e que a sela era um lugar bem aconchegante.

Eu me lembro que o ar cheirava a óleo de armas e pólvora.

“Estamos indo para Galveston, Capitão?”, Disse o fantasma de uma voz.

Minha voz profunda flutuou para fora da memória, me surpreendendo. “Sim, estamos, soldado. Amanhã.” Eu acredito que ri com o pensamento.

“Nós vamos finalmente ver um tiroteio, então?” A voz do meu lado parecia muito jovem.

“Não. Eles precisam de nós para evacuar a cidade.” Minha voz soava com nojo.

“Não se preocupe, capitão,” a voz jovem disse ao meu lado. “Esses bastardos nos deixarão ver tiroteios de verdade em breve. Eu sei disso, senhor. Você vai ter sua chance de provar a si mesmo, senhor. Eu sei disso. “

“Você é uma cartomante agora?” Eu lhe perguntei.

“Eu só tenho um sentimento de que as coisas estão prestes a mudar, senhor.”

A memória sumiu, e continuei a olhar para o céu. As coisas tinham definitivamente mudado. Pensei se o garoto ao meu lado tinha sobrevivido a noite em Galveston. Eu me perguntava se talvez ele foi um dos meninos que eu tinha matado. Eu nunca saberia.

“Jasper”, Carlisle disse suavemente, me puxando para o presente. Ele sempre parecia saber quando eu estava perdido no meu passado.

“Ela não viu nada. Suas mortes acontecerão notavelmente bem, e a casa que Esme descobriu irá ficar encantadora de cor creme.” Virei-me e sorri para Carlisle. “Não conte para Esme, mas há uma boa chance de que cortinas cor turquesa estejam em seu futuro.”

Como Alice vai conseguir isso?”, Perguntou ele com um sorriso irónico.

Encolhi os ombros. “Ela não sabe, mas ela consegue.”

Ele deu uma risadinha e olhou para dentro de casa. “Eu mal posso esperar para ver tudo feito. Eu nunca pensei que tal coisa era possível. “

“Sei como você se sente,” eu disse. Dez anos atrás, eu era um monstro assassino que não sentia nada e não se importava se eu vivia ou morria. Hoje, eu estava parado fora de casa com o líder de olhos amarelos do meu clã que se sentia mais como um pai para mim do que eu queria admitir. Hoje, eu estava esperando por minha companheira voltar da escola para que eu pudesse ser curado. Hoje, eu queria jogar basquete com meus irmãos. Hoje, eu estava seguro e era amado, e um membro de uma família que por algum motivo me via como sendo parte dela. Essa era minha vida, mas não deveria ter sido.

“Olha aí”, disse Carlisle, seus olhos seguindo um fraco ponto branco. Os seres humanos também lhe seguiriam, quando pudessem vê-lo. Claro, eles só podiam ver à noite.

“Uma coisa tão pequena para causar tanta confusão”, comentei. Eu o assisti desaparecer atrás de de uma nuvem. O sol sairia de fato em breve.

“É um grande passo para eles”, Carlisle respondeu. “Quando Sputnik deixou a Terra, os humanos foram com ele, de certa forma. A menos que eles destruam a si mesmos, não haverá como voltar atrás. Eu acho que os homens estão mudando de novo.”

“Será que eles realmente mudam?” Eu me perguntei em voz alta.

Carlisle riu suavemente. “Eu costumava pensar que não, mas você mudou meu pensamento. Se alguém tão maligno como uma vez você foi pode mudar, então pode existir esperança para os seres humanos, afinal.” Ele riu, lembrando com carinho do dia em que chegamos e apavoramos totalmente o pobre clã.

Eu assisti o minúsculo ponto branco voando entre as nuvens novamente. Ele estava certo. Se uma coisa como eu poderia mudar, tudo era possível.

Ouvi o ronco baixo do carro no mesmo momento que senti o retorno dela para mim. A dor que eu não sabia que estava sentindo desapareceu, e virei-me para encontrar minha esposa.

O carro virou a esquina, e vi o sorriso de minha companheira se espalhar em seu rosto. A emoção mágica de vê-la novamente, o sentimento de ser finalmente encontrado, correu através de mim.

Eu estava finalmente completo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário